A comarca da Arnóia — oficialmente, comarca de Alhariz-Maceda — inclui os concelhos de Alhariz, Banhos de Molgas, Maceda, Paderne de Alhariz, Junqueira de Ambia e Junqueira de Espadanedo. A comarca linda a leste com a terra de Ourense, ao oeste com a terra de Caldelas, a sul com a Límia e a sueste com a terra de Celanova; e possui dous pontos de referência importantes: o monte Penamá (927m) e o rio Arnóia, que a atravessa de leste a oeste.
Para Bascuas (2002: 208-209), Amolgas proviria de uma raíz *am- 'água', presente também em Ámio, Amaia, Amoeja, Amoeiro, Amoedo, e outros. Ainda, penso que talvez -olgas seja não um sufixo *-olicas, mas um lema per se, proveniente do celta *(p)olca > *olga, com o significado de 'terreno húmido [à beira de um rio]' (cfr. Acenha de Olga, Lugo, à beira do Minho; ou o castelhano Huelgas), concitando novamente a referência hidronímica. Estaríamos, portanto, perante um sumatório de banhos + *am- + *(p)olcas perfeitamente concertado no seu significado.
Alhariz
Alhariz é, sem dúvida, o centro urbano mais importante da comarca e, como corónimo, possui uma extensão no vizinho Paderne, que é de Alhariz, o que aponta para a sua importância referencial. Etimologicamente é bem fácil deduzir uma procedência de Aliarici, como genitivo de Aliaricus, cujo segundo elemento -rik- (*rīkjaz 'forte, nobre') leva imediatamente para a antroponímia germânica de que já falamos aqui. Há documentado, com efeito, Aliarico, que é caso pouco frequente, porém, válido. De maneira que a uila Aliarici será a vila de Aliarico.Banhos de Amolgas
Banhos de Amolgas (graf. isol. Baños de Molgas) é, segundo Rodríguez Colmenero e outros, a mansio Salientibus do itinerário de Antonino. Como quer que fosse, no plano etimológico, este topónimo está composto por um primeiro elemento, Banhos, inteligível como outros Banhos (cf. Banhos de Bande), balneários, caldas, etc., relativamente comuns na Galiza e que, por isso, não requer mais explicação; e por um segundo elemento, Molgas, que convém aclarar. Molgas aparece com a forma atual em meados do s. XI: "presentia regis ipse Guttier et ille Tegino [Regino] in villa de Molgas" (Celanova, 1058), mas parece hápax (cf. Tegino, em lugar de Regino), se considerado "presentia regis ipse Guttier et ille Regino in villa de Amolgas" (Celanova, 1058) e ocorrências posteriores da forma Amolgas até ao s. XIII: "facta karta apud Amolgas XVo kalendas nouembris. ERA M.CC.XXX.II. ego rex dominus Alfonsus hoc" (Ourense, 1232).Para Bascuas (2002: 208-209), Amolgas proviria de uma raíz *am- 'água', presente também em Ámio, Amaia, Amoeja, Amoeiro, Amoedo, e outros. Ainda, penso que talvez -olgas seja não um sufixo *-olicas, mas um lema per se, proveniente do celta *(p)olca > *olga, com o significado de 'terreno húmido [à beira de um rio]' (cfr. Acenha de Olga, Lugo, à beira do Minho; ou o castelhano Huelgas), concitando novamente a referência hidronímica. Estaríamos, portanto, perante um sumatório de banhos + *am- + *(p)olcas perfeitamente concertado no seu significado.
Interesante 😉
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