Há casos de toponímia inventada. Por inventada refiro-me ao facto de não ter sido produzida de forma coletiva polos povos ao longo dos tempos e assentada pola ação mesma de nomear os lugares — mas imaginada por uma pessoa ou por um grupo muito reduzido de pessoas e só depois aceitada e reproduzida através de mecanismos exógenos ao que seja a normal evolução das línguas. A nota de hoje é o primeiro dos exemplos que quero trazer a este caderno: o corónimo Costa da Morte . Cabo Vilano A tão famosa Costa da Morte , que nomeia uma franja da costa galega que, para além da controvérsia sobre o seu abrangimento, tem nas leituras mais restritivas uma extensão que inclui as comarcas de Soneira , Fisterra e Bergantinhos , e nas mais extensivas também a de Muros . Um topónimo hoje perfeitamente assentado, mas com uma história muito curta em cuja origem está uma vontade poética, mais do que a habitual constatação de um fito geográfico ou antropográfico. Segundo o investigador José Manuel L...
Um espaço sobre toponímia, geografia e história da Galiza